A quinta doença que mais mata no Brasil ainda
não tem cura, mas pode ser evitada. A Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica (DPOC) é a inflamação dos brônquios
aliada à destruição dos alvéolos pulmonares, que
afeta cerca de 8 milhões de brasileiros. Causando
aproximadamente 33 mil fatalidades por ano, ela
é a quinta doença que mais causa mortes no Brasil.
Apresentando um diagnóstico complicado, ela afeta
principalmente fumantes e ex-fumantes e pode ser
considerada mais perigosa do que o câncer.
O que mais preocupa médicos e cientistas é o fato
de a DPOC ser pouco conhecida. É por isso que o
diagnóstico precoce é de fundamental importância,
pois ele pode reduzir as mortalidades e melhorar
a qualidade de vida do paciente. Através do histórico
clínico, de um exame físico e de uma radiografia
de tórax é que se dá a base da análise. "A confirmação
é fornecida através da realização de um exame chamado
espirometria", explica a professora Patricia
Rieken Macedo Rocco, chefe do Laboratório
de Investigação Pulmonar da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ).
"A DPOC acomete primordialmente as vias aéreas mais
periféricas e, no caso do enfisema pulmonar, o parênquima
pulmonar. A presença de uma espirometria alterada
sugere que há um comprometimento grande do parênquima",
conclui.
A espirometria é um teste que permite aferir o fluxo
de ar nos brônquios, comparando os resultados com
os obtidos por pessoas saudáveis com a mesma idade
e altura. Dessa forma, o exame verifica se existe
obstrução ao fluxo de ar, analisando a contração
das vias aéreas e o volume dos pulmões. Essa análise
permite tratar o baixo nível de oxigênio no sangue,
provocado pela destruição dos alvéolos.
A DPOC também compromete a capacidade de contração
dos músculos respiratórios por causa do excesso
de ar nos pulmões. É por isso que, independente
do estágio da doença, o broncodilatador deve ser
usado constantemente. "Caso a doença esteja em estado
mais avançado pode-se associar broncodilatadores
de longa duração e corticóide inalado, caso o indivíduo
apresente exacerbações freqüentes", esclarece a
Dra. Rocco. "Não existe cura para a DPOC, pois as
alterações pulmonares, uma vez instaladas, são irreversíveis.
Porém, há tratamento para tentar impedir a piora
da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Já dependendo do tipo de câncer a cirurgia é curativa",
alerta ela.