IVFRJ On Line - 50ª Edição
Ano III - 12 de setembro de 2007
Prevenir e remediar

Por Matheus Fierro

A quinta doença que mais mata no Brasil ainda não tem cura, mas pode ser evitada. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é a inflamação dos brônquios aliada à destruição dos alvéolos pulmonares, que afeta cerca de 8 milhões de brasileiros. Causando aproximadamente 33 mil fatalidades por ano, ela é a quinta doença que mais causa mortes no Brasil. Apresentando um diagnóstico complicado, ela afeta principalmente fumantes e ex-fumantes e pode ser considerada mais perigosa do que o câncer.

O que mais preocupa médicos e cientistas é o fato de a DPOC ser pouco conhecida. É por isso que o diagnóstico precoce é de fundamental importância, pois ele pode reduzir as mortalidades e melhorar a qualidade de vida do paciente. Através do histórico clínico, de um exame físico e de uma radiografia de tórax é que se dá a base da análise. "A confirmação é fornecida através da realização de um exame chamado espirometria", explica a professora Patricia Rieken Macedo Rocco, chefe do Laboratório de Investigação Pulmonar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "A DPOC acomete primordialmente as vias aéreas mais periféricas e, no caso do enfisema pulmonar, o parênquima pulmonar. A presença de uma espirometria alterada sugere que há um comprometimento grande do parênquima", conclui.

A espirometria é um teste que permite aferir o fluxo de ar nos brônquios, comparando os resultados com os obtidos por pessoas saudáveis com a mesma idade e altura. Dessa forma, o exame verifica se existe obstrução ao fluxo de ar, analisando a contração das vias aéreas e o volume dos pulmões. Essa análise permite tratar o baixo nível de oxigênio no sangue, provocado pela destruição dos alvéolos.

A DPOC também compromete a capacidade de contração dos músculos respiratórios por causa do excesso de ar nos pulmões. É por isso que, independente do estágio da doença, o broncodilatador deve ser usado constantemente. "Caso a doença esteja em estado mais avançado pode-se associar broncodilatadores de longa duração e corticóide inalado, caso o indivíduo apresente exacerbações freqüentes", esclarece a Dra. Rocco. "Não existe cura para a DPOC, pois as alterações pulmonares, uma vez instaladas, são irreversíveis. Porém, há tratamento para tentar impedir a piora da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Já dependendo do tipo de câncer a cirurgia é curativa", alerta ela.


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